A Commiphora mukul (mirra), é encontrada do norte da África para a Ásia Central, mas é mais comum no norte da Índia. Tem como nomes populares: guggul, goma-guggul (gum guggul), guggulu e gugulipid. É uma planta pertencente a Divisão Angiospermae, da família Burseraceae. Esta família inclui alguns dos arbustos e árvores, que exalam resinas de goma oleosa perfumadas que foram queimadas como incenso nos tempos antigos e permanecem incensos importantes hoje. É uma planta espinhosa, prefere solos bem drenados e muita exposição ao sol crescendo até 5 metros. As folhas são largas e caem durante um período do ano (folhas caducas). Algumas estão sob cultivo, outras não. É considerada uma árvore sagrada, tendo uma longa associação com a purificação.
Provavelmente a mirra e o olíbano tenham sido os primeiros exemplos de aromáticos usados em combinação, encontrados na Farmacopeia do Antigo Egito, por volta de 1500 a.C.
A mirra tem uma longa associação com a purificação. Nas práticas de ritual de unção incluíam a purificação das mulheres hebraicas antes do casamento, e era usada para ungir cadáveres antes do sepultamento.
Quando a casca da árvore de mirra é cortada, a resina de goma verte de seu tronco, apresentando-se como um líquido amarelo pálido, que solidifica em contato com o ar. A oleorresina-goma apresenta-se como a mirra em sua forma bruta e essa resina de goma pode ser destilada a vapor para extrair dela o óleo essencial contido.PROPRIEDADES:
A ação anti-helmíntica do oleorresina de mirra-da-índia (Commiphora mukul) foi comprovada em estudos. A esquistossomose é uma doença parasitária, causada pelo Schistosoma mansoni diretamente relacionada ao saneamento precário. A infecção ocorre quando a pessoa entra em contato com água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores. Foi estudada a eficácia e os efeitos adversos da resina mirra em 204 (169 homens e 35 mulheres) pacientes com esquistossomose com idade entre 12 e 68 anos e 20 voluntários saudáveis. A dose de mirra foi de 10 mg/kg/dia durante 3 dias de estômago vazio 1 hora antes do café da manhã. A taxa de cura de patologias causadas, foi entre 90% a 100%, não havendo comprometimento da função hepática após o tratamento. Em contraste, os testes de função hepática melhoraram significativamente em pacientes com função hepática prejudicada.
A Fasciola hepatica é um parasita que pode ser encontrado nos canais biliares de mamíferos, e que pode causar fasciolíase ou fasciolose, que é uma doença rara, mas que pode acontecer quando se consome água ou verduras contaminadas pela forma infectante desse parasita, resultando em febre, dor abdominal, inchaço no fígado e obstrução dos ductos biliares, nos casos mais graves.
Foi estudada a eficácia da resina mirra em sete pacientes de 10 a 41 anos (cinco homens, duas mulheres) com fasciolíase. Foi ingerida a resina mirra pela manhã com o estômago vazio em uma dosagem de 12 mg/kg/dia durante 6 dias. Todos os pacientes que apresentavam ovos de F. hepatica em suas fezes (média de 36 ovos por grama de fezes) e sintomas e sinais de fasciolíase apresentaram melhora. Após 3 semanas e 3 meses de tratamento o resultado de presença de ovos nas fezes foi negativado, sem efeitos adversos. (sciencedirect.com/topics/pharmacology-toxicology-and-pharmaceutical-science/commiphora)
Achados sugerem o possível uso de guggulu (Commiphora mukul) na regulação do hipotireoidismo. A eficácia foi avaliada em camundongos fêmeas. Além de estimar os níveis de soro de tiroxina e tri-iodotironina, foram investigadas as atividades das enzimas antioxidantes. A administração simultânea de guggulu (200 mg/kg/d por 30 dias) reverteu o efeito do hipotireoidismo, indicando seu potencial para estimular a função tireoide. (pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15798994)
Resultados em estudos sugerem que a guggulsterona, componente do oleorresina, tem efeito hipoglicêmico e hipolipidêmico que pode ajudar a curar o diabetes tipo II. (pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19635521)
A coenzima Q10 (CoQ10) é um ingrediente importante em produtos de cuidados com a pele por causa de seus efeitos antirrugas, embora tenha alguns efeitos colaterais especialmente em quantidades mais altas. Estudo, comparou as propriedades relacionadas com rugas do CoQ10 e o oleorresina deCommiphora mukul. Os resultados sugeriram que as propriedades são aplicáveis ao tratamento de rugas e podem ser consideradas para produtos de cuidados com a pele. (pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22084831)
Na medicina tradicional chinesa, a mirra é prescrita simultaneamente com olíbano para o tratamento da estagnação do sangue e inflamação, inchaço e dor. Estudos fornecem base científica e, referência para mais estudos sobre base material anti-inflamatório da compatibilidade olíbano e mirra. (europepmc.org/article/MED/23672038)
Os somalianos também utilizam a mirra como remédio para diarreia e problemas estomacais, para facilitar a retirada da placenta após o parto e para o tratamento tópico de feridas. Foram utilizadas pomadas preparadas a partir do óleo essencial (4% v/w) e da resina (5% c/w) para testes de atividade de cicatrização de feridas. O efeito anti-inflamatório agudo em camundongos foi avaliado utilizando-se do modelo de edema de pata traseira induzida. Foram realizados testes de atividades antibacterianas e antifúngicas do óleo e da resina. Os resultados confirmaram que a mirra possui atividade genuína de cicatrização de feridas. (pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26283230)
Mas ela também cuida e trata das feridas da alma do paciente. Por via olfativa, ela permite, como um bálsamo, que velhas chagas afetivas se curem. (Dominique Baudoux - Livro O Grande Manual da Aromaterapia. Ed.: Laszlo)
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